Julho termina como o sétimo mais seco da história
01/08/2022 15:13 - Segunda-feira
De
acordo com dados do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da
Prefeitura de São Paulo, órgão ligado à Secretaria Municipal de Infraestrutura
Urbana e Obras (SIURB), que registra índice pluviométrico na cidade desde 1995,
julho de 2022 terminou como o sétimo menos chuvoso da série histórica,
acumulando de apenas 7,7mm em média na cidade, o que corresponde a aproximadamente
82,4% abaixo dos 43,8mm esperados para o mês.
"A
grande massa de ar seco que predominou sobre o interior do país durante o mês
de julho, provocou um bloqueio atmosférico que impediu as frentes frias de
chegarem ao Estado de São Paulo, com força para mudar o tempo". Explica o
meteorologista do CGE da Prefeitura de São Paulo, Michael Pantera. "Dessa
forma os sistemas frontais passaram fracos pelo oceano e os ventos úmidos
vindos do mar provocaram apenas chuviscos isolados, principalmente na Zona
Sul", complementa Pantera.
Conforme dados do CGE da Prefeitura de São
Paulo, que compila informações de chuva na cidade desde 1995, os anos com os
meses de julho mais secos, são:
2008 -
0,0mm
2017 -
0,3mm
2011 -
3,5mm
Por outro lado, os maiores acumulados
foram:
2009 -
149mm
2007 -
130,4mm
2019 -
96,3mm
A
capital paulista registrou apenas chuviscos isolados na maior parte do período.
Ao todo foram somente sete dias com registro de precipitação, na maior parte
com volumes de 0,1mm. Somente o dia 29 apresentou chuva um pouco mais
significativa com acumulado entre 5mm e 10mm. Somente a chuva deste dia representa
praticamente 92,2% dos 7,7mm acumulados durante todo o mês, além de
corresponder a apenas 16,2% dos 43,8mm esperados para julho.
As subprefeituras que registraram os
maiores volumes foram:
Parelheiros,
Zona Sul - 17,4mm.
CGE
- 9mm
Vila
Maria-Guilherme, Zona Norte, com 8,5mm.
As subprefeituras com os menores
acumulados, foram:
Jabaquara,
Zona Sudeste - 4,9mm
Santo
Amaro, Zona Sul - 5,4mm
Cidade
Ademar, Zona Norte - 5,7mm
Já os valores registrados nas regiões,
segundo medições do CGE da Prefeitura de São Paulo, foram:
Centro
- 8,7mm
Zona
Oeste - 7,8mm
Zona
Leste - 7,5mm
Zona
Norte - 7,3mm
Zona Sul
- 7,3mm
As
maiores sequências de dias sem chuvas na cidade, segundo dados do CGE da
Prefeitura de São Paulo é:
1° - 2012
com 62 dias sem chuva significativa;
2° - 2010
com 50 dias sem chuva significativa;
3° - 2017
com 50 dias sem chuva significativa;
4° - 2022
com 48 dias sem chuva significativa;
5° - 2018
com 46 dias sem chuva significativa;
6° - 2008
com 41 dias sem chuva significativa;
Julho
apresentou temperaturas mínimas acima da média na maior parte do período.
Apenas alguns dias, no início e no final do mês, tiveram madrugadas
ligeiramente mais frias do que o normal. Dessa forma, a média mensal das
temperaturas mínimas foi de 13,5ºC, valor 0,9ºC acima dos 12,6ºC que
representam a média histórica para julho de acordo com os dados do CGE da
Prefeitura de São Paulo, que registra as informações desde 2004.
A
madrugada mais fria no mês ocorreu no dia 30 com média de 10,1ºC na cidade,
enquanto a mais abafada foi a do dia 12 com registro médio de 16,3ºC. A
temperatura absoluta mais baixa foi de 4,7ºC, registrada nos dias um e seis na
estação de Engenheiro Marcilac, que fica na Subprefeitura de Parelheiros, no
extremo sul da capital paulista. Por outro lado, a maior temperatura mínima foi
de 19ºC no dia 16, na estação do CGE, localizada na região da Consolação.
As
máximas tiveram um comportamento parecido, já que também permaneceram acima da
média na maior parte de julho, apenas com curtos períodos abaixo do esperado na
metade e no final do mês. Mesmo assim, a média mensal das máximas foi de
25,2ºC, valor 2,3ºC acima dos 22,9ºC, que representam o valor médio histórico
dos últimos 18 anos.
A
tarde mais quente foi registrada no dia 23 com média de 28°C na cidade,
enquanto a mais fria ocorreu no dia 13, quando a média dos termômetros não
superou os 17,8°C. A temperatura absoluta, aquela registrada em um único local,
mais elevada foi de 31,6°C, registrada no dia 23, na estação Pirituba-Jaraguá,
na Zona Norte, enquanto a menor máxima absoluta foi aferida no dia 13, quando
os termômetros não superaram os 13,9°C na região de Parelheiros, no extremo sul
da cidade.
“O
bloqueio atmosférico manteve o tempo seco e ensolarado na maior parte do mês de
julho, o que manteve os termômetros acima do esperado, principalmente no
período das tardes”, explica Pantera.
Os
índices médios de umidade na cidade permaneceram acima dos 40% em alguns
períodos, apenas com poucos dias apresentando valores acima dos 60%
recomendados. Por outro lado, somente os dias 22 e 23 registraram valores
médios abaixo dos 30%. A tarde
mais seca ocorreu no dia 23 com índices atingindo 26,6% em média na cidade.
Entretanto, o menor valor absoluto, aquele registrado em um único local, foi de
22%, no dia 22, na estação Pirituba-Jaraguá, localizada na Zona Norte.
Durante agosto costuma chover sete dias em
média. Para o mês são esperados 29,6mm
historicamente. Já a média de temperatura mínima é de 13,4°C e a média de
temperatura máxima é de 24,4°C.
“Os modelos numéricos de previsão indicam que
pelo menos a primeira quinzena de agosto deve seguir esse padrão de chuvas
escassas, e a influência do bloqueio atmosférico. Há possibilidade de uma
frente fria finalmente romper esse bloqueio na metade do mês trazendo chuvas
mais significativas para a cidade”, finaliza o meteorologista do CGE da
Prefeitura de São Paulo, Michael Pantera.